Foi lançado nesta quarta-feira (24) , às 20h30, no Tetro da Reitoria, o CD “Mestre Waltel”, com arranjos das músicas do maetro Waltel Branco interpretados pela Orquestra à Base de Sopro (saiba mais).
Mas quem conhece Waltel Branco? Infelizmente, poucos. Abaixo uma matéria que escrevi para a Gazeta do Povo Online na época de outro lançamento relacionado ao maestro, o curta “Descobrindo Waltel”, de Alessandro Gamo. Ela pode ajudar.
Para quem quer ouvir um pouco, há dois trechos de um show do Waltel na Feira do Livro de Curitiba no Youtube (parece que a gravação foi feita com um celular, então não esperem qualidade. Confiram aqui e aqui).
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“Descobrindo Waltel” resgata história do músico paranaense
Um importante resgate de parte da história da música paranaense e brasileira, o documentário de curta-metragem “Descobrindo Waltel” é a atração desta sexta-feira (16) e sábado (17) no Teatro da Caixa, em Curitiba. O curta será exibido pela primeira vez em Curitiba e terá como acompanhamento um show do próprio Waltel após a projeção.
O documentário, dirigido pelo curitibano Alessandro Gamo, mostra a trajetória musical de Waltel Branco, 75 anos, violonista e maestro paranaense que se tornou um importante nome, mesmo que pouco conhecido, do jazz, da salsa, da bossa nova e MPB. O filme ficou entre os dez preferidos pelo público no Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo. Além disso, também recebeu os prêmios de aquisição da STV (Rede Sesc/Senai) e do Espaço Unibanco de Cinema.
“Descobrindo Waltel” é o terceiro filme de Alessandro Gamo, “o mais curto e trabalhoso”, segundo ele. As filmagens foram realizadas em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro nos meses de outubro e novembro de 2002. São entrevistas e encontros com personalidades que participaram da carreira do músico, como Sérgio Ricardo, Roberto Menescal, Durval Ferreira, Ed Motta, Sérgio Cabral e Júlio Medalha. Além disso, “foi realizado um grande trabalho de arquivo”, afirma Gamo, que também segue carreira acadêmica e dá aulas na Universidade Federal de São Carlos, em São Paulo.
Um quase desconhecido
“Waltel é um músico tão excepcional, tão múltiplo, que não cabe em parâmetros”, afirma Alessandro Gamo, após comentar sobre a extensa pesquisa desenvolvida para fazer o levantamento completo de todos os trabalhos do músico. Apesar disso, poucos conhecem a trajetória dessa personalidade.
O maestro já tocou com quase todos os grandes nomes da música brasileira. De Elizeth Cardoso à Elis Regina; de Gilberto Gil a João Donato; de Jackson do Pandeiro a Roberto Carlos. Foi aluno de André Segóvia, considerado o maior violonista clássico de todos os tempos. Participou do auge do jazz norte-americano e da música cubana, e há muitos anos é o arranjador oficial de João Gilberto.
Nasceu em Paranaguá, em 1929, e começou na música aos sete anos, tocando órgão. Mais tarde passou para a harpa, se formou em violoncelo e por fim abraçou o violão, instrumento que o consagrou. Um ano antes de se formar no seminário, foi para Cuba com a cantora Lia Ray, de quem era arranjador, diretor musical e violonista. Na ilha, tocou com Perez Prado, Mongo Santamaria e Chico O’Farel.
Quando Fidel tomou o poder, Waltel Branco foi para Nova Iorque, onde se envolveu com o jazz, chegando a tocar com Dizzy Gillespie. Por lá, fez curso de trilhas sonoras para cinema, o que lhe garantiu emprego na Rede Globo quando voltou ao Brasil. Foi nesse período que se envolveu com a Bossa Nova. Ficou na emissora até 1992. De volta a Curitiba, trabalhou na Fundação Cultural.
Matéria originalmente publicada na Gazeta do Povo Online .
Ei Celso!
Tudo bem?
Tenho passado por aqui de vez em quando e estou adorando seus textos.
Parabéns!
Anna
Opa, obrigado. Fico feliz que esteja “tomando uma” por aqui também. Abrços