[Texto originalmente publicado na coluna Bar do Celso da revista Bom Gourmet, suplemento gastronômico da Gazeta do Povo, nesta quinta-feira (8). A revista circula toda a segunda quinta-feira do mês encartada no jornal]
O mundo da cerveja não é mundo. É um universo. A variedade é tão grande que mal cabe nas classificações convencionais de famílias e estilos. Mesmo a divisão mais resistente, por escolas cervejeiras – tradições culturais e históricas a que as bebidas estão vinculadas –, pode ser colocada em xeque. Hoje, pelo porte, são consideradas quatro: alemã, inglesa, belga e americana. Mas em um mundo globalizado com internet, as divisões geográficas já não fazem muito sentido, a fragmentação é maior e diversidade ganha os holofotes.
Sinal dos tempos
É fato que sempre existiram várias “pequenas” tradições de cerveja no mundo. O que muda atualmente é que elas são notadas com mais facilidade. Entre os lançamentos de cervejas importadas no país que ocorreram neste início de 2014, me chamaram atenção cervejas italianas e francesas. Na Itália, a cerveja artesanal vem crescendo de forma veloz e constante nos últimos anos. Talvez pela tradição gastronômica ou pelo cuidado extremo que eles têm no produto. São cervejas de alta qualidade, de cervejarias bem pequenas, nunca pasteurizadas e bem clássicas, sem espaços para exageros. As cervejas da Del Ducato e Doppio Malto já são velhas conhecidas dos brasileiros, mas agora mudaram de importadora. As novidades ficam por conta da Croce di Malto, BQ, Lambrate (destaco Sant’Ambroeus – 330 ml – entre R$ 25 e R$ 30) e Extraomnes (Zest – 330 ml – entre R$ 25 e R$ 30). Difícil escolher qual é a melhor.
Da França, ainda temos poucos representantes. Uma tradição muito ligada à escola belga, na sua parte flamenca, que é francófona, e traz em estilos tradicionais como Bière de Garde, além do trio Blonde, Ambrèe e Brune. Boa pedida para experimentar os últimos são as cervejas recém-chegadas da Saint Landelin (Brune – 330 ml – R$ 15).
Belgas e americanas
Entre as novas importações também estão boas cervejarias americanas de menor porte, como Madriver, Rubicon, Marin, Heretic (destaco a Imperial IPA Evil Cousin – 650 ml – R$ 75) e High Water. As duas últimas, bastante aclamadas no circuito cervejeiro americano e figurinhas constantes nos rankings de cervejas artesanais daquele país. Já da Bélgica, a De Dochter van de Korenaar (boa pedida é a Noblesse – 600 ml – R$ 71,90) supreende pela proposta inovadora dentro do contexto de sua tradição. Cervejas defumadas, maturadas em madeiras e experimentais. Para quem gosta de inovação, uma ótima pedida.
*Os preços são aproximados e servem aqui apenas como referência, sendo baseados nas sugestões das importadoras, distribuidoras e cervejarias.
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