Um estilo de cerveja raro, feito com 30% a 50% de trigo, de sabor ácido e distante. Era assim que os brasileiros conheciam a Berliner Weisse, cerveja típica da capital alemã, fabricada hoje por apenas duas cervejarias no mundo e servida só por lá mesmo. O que muda agora é a proximidade. Finalmente uma representante desse curioso estilo começa a ser importada para o Brasil: Berliner Kindl.
Não se sabe ao certo quando ou como esse tipo de cerveja teria surgido. Os primeiros registros são do século 16. Além da fermentação alcoólica, essa cerveja tem também fermentação ácida por bactérias láticas (lactobacilos), o que lhe confere um sabor suavemente ácido típico – bem distante da agressividade das Lembic belga. Além disso, há presença de um leve frutado cítrico no aroma. Ou seja, também não lembra em nada a Weizenbier do sul da Alemanha, estilo mais conhecido por aqui.
A Berliner Weisse teria feito muito sucesso na região tempos depois, a partir do século 17. Uma história sempre lembrada sobre ela é que foi chamada de “champanhe do norte” por Napoleão, que invadiu o país em 1806. No século 19, mais de 700 cervejarias produziam o estilo na região. O consumo e a fabricação decaíram logo após a Segunda Guerra Mundial e hoje está quase extinto.
Leia a íntegra da coluna Bar do Celso sobre a Berliner Weisse na revista Bom Gourmet, suplemento gastronômico da Gazeta do Povo. A publicação circulou encartada no jornal na quinta-feira (4), mas normalmente sai nas segundas quintas-feiras de cada mês.