Uma grande cerveja não necessariamente vem em uma grande embalagem. Apesar do rótulo e do modelo de garrafa ou lata terem sim um bom poder de venda, não há necessariamente uma relação entre qualidade, tamanho ou forma. Aliás, muitas das melhores cervejas artesanais do mundo têm rótulos muito simples e a garrafas escolhidas dentro do tecnicamente viável para a cervejaria. No entanto, é de se notar um recente crescimento das garrafas de 300 ml e 310 ml no mercado – mais baixinhas e gordinhas que as long necks de 355 ml já velhas conhecidas de vocês.
Essa foi uma constatação muito interessante do colega jornalista e também sommelier de cervejas Roberto Fonseca, que escreve no blog Cerveja na Mesa, da Veja São Paulo. Ele consultou mais de 20 pessoas do ramo, entre fabricantes desse tipo de embalagem e proprietários de estabelecimentos comerciais, e notou que são diversos os motivos para o uso dessa embalagem, que surgiu nos anos 1960 e 1970 nas grandes cervejarias mas foi abandonado com o tempo.
Essas garrafinhas aumentam o fator de diferenciação entre os produtos artesanais e das grandes cervejarias – apesar de que a Ambev também passou a utilizá-las na linha de produtos da Cervejaria Bohemia lançada esse ano –; geram uma percepção de preço menor, mesmo que na ponta do lápis o preço por mililitro seja até maior que nas opções grandes; ficam na maior faixa de desconto de imposto do governo; e permitem um maior número de garrafas por produção. Além disso, na hora do consumo, esse tipo de embalagem permite experimentar uma maior variedade de cervejas, algo que é muito bem-vindo para quem gosta de cerveja artesanal.
Leia a íntegra da coluna Bar do Celso sobre as pequeninas Bom Gourmet, suplemento gastronômico da Gazeta do Povo. A publicação circula encartada no jornal todas as segundas quinta-feiras do mês.