No último sábado estive no lançamento da Jacu ao Quadrado do pessoal da cervejaria cigana curitibana Ogre Beer. O evento informal foi a cara dos Ogros, com amigos, familiares, comercial, todos aproveitando o espaço ao ar livre do Quintana Café Restaurante, em Curitiba. Até mesmo o tempo da capital paranaense colaborou a jacuzada reunida com uma bela tarde de sol.
Já conhecia a Jacu ao Quadrado do Festival Brasileiro da Cerveja desse ano, na época apenas disponível em chope. Carlos Manuel, um dos sócios proprietários da Ogre, contou que nesse novo lote eles modificaram um pouco o processo de fabricação. “No primeiro lote nós fizemos o processo de Cold Brew do Café Jacu Bird (passar o café a frio) e adicionamos ele passado na cerveja no final da maturação. Dessa vez nós fizemos o Cold Brew diretamente no tanque, depois da cerveja pronta”, contou Carlos. Isso resultou em um aroma mais pronunciado do café na cerveja e um sabor mais presente, aumentando o equilíbrio com quantidade grande de malte que a receita leva. O café Jacu Bird vem da fazenda Camocim, no Espírito Santo, que iniciou essa produção para lidar com o problema de infestação da ave nas fazendas de café. A ave come os melhores frutos de café do pé e os elimina rapidamente. O excremento é recolhido, limpo, seco e torrado, depois comercializado a valores altíssimos. A produção é extremamente limitada, entre 900 kg a 1000 kg por ano.
Carlos disse que tomou conhecimento do café através de uma matéria na TV e foi instantânea a sua associação com a Jacu do Mato. “Quando eu vi aquele café decidi que teria que fazer uma cerveja com ele. Mesmo com o preço do produto o coração de paneleiro (cervejeiro caseiro) falou mais alto. Compramos uma pequena quantidade e começamos os testes em casa, misturando a bebida pronta na própria Jacu do Mato. Depois fomos evoluindo a receita até chegar na Jacu ao Quadrado, com alguns quilos do café do Jacu”, explicou Carlos. Com o slogan “Sempre da pra ficar mais Jacu”, a cerveja conta com um rótulo auto explicativo, com um ogro segurando sua caneca da bebida, o pássaro Jacu em seu ombro fazendo coco na sua caneca. Ela realmente não harmoniza com frescura.
Mas combinou muito bem com os pratos produzidos com a Jacu ao Quadrado. A chef Gabriela Vilar de Carvalho, responsável pela cozinha do Quintana, elaborou um frango com pinhão que levou a cerveja na receita. Era possível sentir a presença do ingrediente no prato, em uma nota leve. Na sobremesa, um tiramissu clássico da cozinha italiana, também levou a cerveja na composição. Aqui a nota ficou mais escondida, porém a harmonização ficou muito saborosa. A graduação alcoólica elevada da cerveja, 8,7%, foi ótima para limpar o paladar mais gorduroso da sobremesa, além das notas de café de ambas que casaram muito bem.
Para quem quiser provar, a Jacu ao Quadrado será comercializada em chope e garrafas de 310ml. Em Curitiba esse semana você já encontra no Armazém da Serra e Empório Manfre, e em breve nos bares cervejeiros da cidade.