Olá, pessoal. Sei que estou meio sumido mas, vão me desculpar, vou ficar fora do mapa por algum tempo mais. Quem acompanha esse espaço sabe que eu estava no Litoral do Paraná, de dezembro até o fim de fevereiro, trabalhando bastante no Verão da Gazeta do Povo. E agora começam minhas merecidas férias, período que vou aproveitar com a cabeça enterrada nos livros, terminando minha dissertação de mestrado – sim, não é só de cerveja que eu vivo. E o blog? Vai ficar parado até abril. Mais uma vez, minhas sinceras desculpas, queridos leitores. Será inviável manter qualquer atualização com a carga de trabalho que me espera, assim como foi bem difícil enquanto eu estava na praia.
Conto com a compreensão de vocês para esperar só mais um mês, porque vai valer a pena. O mundo da boemia, dos bares e das cervejas está mais efervescente do que nunca. E novidades não vão faltar para este espaço. A Cervejaria Bodebrown, aqui em Curitiba, por exemplo, virou escola e vai oferecer cursos de produção de cerveja artesanal. Já o bar Realejo Culinária Acústica, que visitei no ano passado, já deve ter turbinado ainda mais seu cardápio com cervejas especiais. Isso para não falar dos novos bares de cerveja na cidade: o Clube do Malte e o La Santa Birra. A Cervejaria da Vila, um dos points cervejeiros mais tradicionais, completou 5 anos no fim de 2009. E por falar em tradicional, conheci um pé-sujo muito querido: a Sociedade Santos Andrade, no Campo Comprido. Ótimos pratos e muitas histórias. Vou fazer a espera valer a pena.
Por enquanto, deixo vocês com a parte cômica da minha estada no Litoral, crônica que publiquei no Blog do Verão há algum tempinho. Ser polaco na praia não é fácil. Abraços, e até mais ver.
Como um urso polar em praia tropical
Sol, calor, e o desconforto só aumentava. Definitivamente existem pessoas que não nasceram para o clima litorâneo de verão. Descendente de poloneses, sou branco demais e suo demais para gostar de praia – sim, nasci em Curitiba e adoro aquele céu cinzento e o friozinho do inverno. Mas nem tudo são lágrimas na vida de um quase albino acima do peso no Litoral. A parte engraçada de ter trabalhado dois meses na praia são os cuidados necessários para sobreviver após esse deslocamento territorial.
O mais chato são os cuidados com o sol. No entanto, sem ficar vermelho como um camarão nenhuma vez após 60 dias, posso me considerar um especialista. Caso tenha que sair, sei que devo usar protetor fator 30 no corpo, 50 no rosto, boné e óculos escuros. Isso tudo além de andar pelas sombras. Ou seja, pareço um bandido se esgueirando em plena luz do dia.
Mas para chegar até esse ponto há uma longa preparação. Considerando que o trabalho de passar o filtro é proporcional ao tamanho, levo cerca de meia hora para cobrir a área de 1,90 metros por 95 quilos. E acrobacias não faltaram para alcançar todos os locais. O meio das costas é, de longe, o mais difícil. E, diabos, como está longe… Estica o braço por cima, pelo lado, e nada. Cheguei a desenvolver uma técnica insuperável. Espalho protetor na parede do banheiro e esfrego as costas como um cachorro se coça num poste. Cena ridícula, mas funciona que é uma beleza.
Depois de todo esse exercício, com um calor que chegou a 35ºC nos dias mais quentes e sensação térmica na casa dos 40ºC, claro, estou suando as Cataratas do Iguaçu. O que remove todo o protetor que havia demorado longos 30 minutos para passar. Conclusão: desisto de sair.
Felizmente a redação fica no mesmo hotel onde estamos alojados. E tem ar condicionado. Mas que não venceu o calor infernal. No dia do primeiro recorde de temperatura de 2010 não é que o malandro, que já era preguiçoso, quebra. Foi a primeira vez na minha vida que suei só de clicar o mouse do computador. Uma toalha foi equipamento indispensável, tanto quanto um bom desodorante.
Nas vezes em que a persistência venceu a preguiça de passar filtro solar e saí do hotel fui para a academia na tentativa de diminuir a camada adiposa e reduzir a sudorese. Perdi a conta de quantas camisas lavei durante os exercícios. Em outras ocasiões fui fazer reportagens na orla, e o suor retirava todo o protetor solar, novamente. Mesmo com o pote tamanho econômico comigo, o difícil era parar de suar para reaplicar o produto com pele seca, como indicam os fabricantes.
É por essas e por outras que me senti como um urso polar em praia tropical.