[Olá, pessoal. Eis a segunda coluna Bar do Celso, publicada nesta quinta-feira (18) na revista Bom Gourmet, da Gazeta do Povo. Ainda dá tempo de correr na banca para comprar. E anotem aí: a revista sai toda a terceira quinta-feira do mês. Não percam.
Outra observação: por falta de espaço não mencionei algumas boas cervejas do estilo. Entre elas, as paranaenses De Bora Poderosa Ipa – de Imbituva, medalhista de ouro no concurso brasileiro dos cervejeiros artesanais de 2008 – e a curitibana Diabólica, que pelas informações que tenho deve voltar para o mercado em 2011]
A paixão dos ingleses pela cerveja, principalmente pelas Pales Ales e suas variações, é notória e de longa data. Um dos tipos derivados é a Índia Pale Ale, ou simplesmente IPA. Mais alcoólica, frutada e com amargor acentuado, esse estilo costuma agradar paladares mais experientes. No entanto, é a porta de entrada para aventuras cervejeiras mais radicais.
Reza a lenda – a origem, história e classificação de cervejas não é uma ciência exata – que a IPA surgiu no século 17 a partir da necessidade de enviar a bebida para a Índia, então colônia britânica. Como a viagem era longa e muito atribulada, cervejas de outros estilos já chegavam estragadas. Foi então que George Hodgson, da Cervejaria Bow, teria elaborado uma cerveja com mais álcool e lúpulo, que tem efeito conservante, para que resistisse à viagem.
Outra versão diz que Hodgson teria dado sorte. Além da Bow ser a cervejaria mais próxima do porto, ele teria enviado à Índia uma cerveja feita para envelhecimento em barril, que ganhou sabor equivalente a dois anos de descanso em condições normais em razão do chacoalhar do navio. A bebida teria caído nas graças dos ingleses na colônia e, em seguida, no próprio país.
Independente da versão, o estilo é hoje um dos mais populares do mundo, subdividindo-se em outros, mais ou menos amargos e alcoólicos. Em geral, tem coloração âmbar ou alaranjada, boa formação de espuma e notas de caramelo. Harmoniza bem com carnes vermelhas, pratos condimentados e queijos semimacios –as mais amargas combinam com queijos azuis, como gorgonzola e roquefort.
Campeã paranaense
Vencedora do Concurso Mestre Cervejeiro da Eisenbahn, a cerveja paranaense São Sebá (375 ml – R$ 32) chegou ao mercado este mês. A fábrica produziu apenas 3 mil litros da bebida originalmente elaborada pelos cervejeiros artesanais Sandro Sebastião Singer, Carlos de Manuel e Ricardo Ponestke Seara. É uma Belgian Dubbel com teor alcoólico de 9,3%, avermelhada, com boa formação de espuma, aroma frutado – remetendo a nozes, banana e até chocolate –, sabor adocicado e levemente picante no fim. Leia mais aqui
Harmonizando com cervejas premiadas
Duas cervejas da Bamberg, do interior de São Paulo, foram premiadas com medalha de ouro mês passado no Mondial de la Bière, na França. A Bamberg Rauchbier é uma cerveja de alta fermentação feita com malte defumado e bem equilibrada. Harmoniza com pratos fortes, como feijoada, embutidos ou até com um bom charuto.
Já a Bamberg Schwarzbier é escura, de baixa fermentação, com aromas de malte torrado e café. Combina bem com carnes vermelhas ou pode ser consumida após a refeição, substituindo o cafezinho. O preço de ambas varia de R$ 7 a R$ 10 (355 ml). Leia mais aqui
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