Pular para o conteúdo

Dos tropeiros ao happy hour

Não é difícil encontrar um bar para tomar uma cervejinha. A cada esquina tem um (consulte o guia e escolha um). O difícil é encontrar “O” bar. Aquele que tem algo a mais, um diferencial. Nessa busca pelo “tesouro perdido” dos bares de Curitiba acabei encontrando o Armazém Santa Ana. Na verdade foi indicação unânime de meus amigos, e até de meu pai, quando falei que procurava um lugar tradicional. Portanto, ao que parece, era um lugar perdido só para mim.

O Armazém Santa Ana foi fundado em 30 de maio de 1934 por Paulo Szpak, no bairro do Uberada, aqui em Curitiba. Já casado com a descendente de poloneses Julia, inicialmente abriu uma taverna, que virou logo um armazém de secos e molhados e hoje é um bar, muito freqüentado para happy hour. Era parada de tropeiros no início, foi freqüentado por caixeiros viajantes e hoje é reduto de trabalhadores em final de expediente, que muitas vezes atravessam a cidade até lá.

Portanto, o local não é fruto do modismo pelo passado. Não se trata de um clima construído, é original, ele é a marca o passado. O imóvel, uma casa de madeira inteiramente pintada de um alaranjado escuro, foi tombado pelo patrimônio histórico. Há uma placa comemorativa de 70 anos concedida pela prefeitura da cidade em frente ao estabelecimento. Pra mim, isso se chama reconhecimento.

A decoração é uma atração à parte. São 72 anos de história pendurada pelas paredes. Há vassouras, baldes, foices, enxadas, penicos e tamancos. Para onde o olhar apontar existe algo inusitado. Ideal para um ensaio fotográfico, pensei. Em seguida pedi permissão e fiz. Publicarei por aqui qualquer hora.

Mesmo podendo ser caracterizado mais como bar, o armazém continua sua atividade de vendas. Tudo o que está exposto é pra ser comercializado –mesmo os penicos. Então caso você precise de um produto tradicional, como o fumo de corda, goiabada cascão, queijos, cerveja caseira e até penicos, pode encontrar lá.

Mesmo com tudo isso, o ponto forte do Santa Ana é a culinária. São servidos pierogue, carne de onça, chouriço, eisbein (joelho de porco) e barreado. Obviamente, essa variedade de pratos não está disponível diariamente. O cardápio é montado de acordo com o dia da semana e costuma não durar muito. Portanto, se quer provar algo diferente, é melhor chegar cedo.

O que: Armazém Santa Ana
Onde:
Av. Salgado Filho, 4460.
Horários:
Segunda a Sexta das 10h até o último cliente; Sábado das 9h às 20h e domingo das 10h às 14h.
Contato:
(41) 3276-5320

4 comentários em “Dos tropeiros ao happy hour”

  1. Olá, Celso!

    O Armazém é realmente um lugar mágico!
    Nos remete ao passado… é quase possível esquecer corre-corre do lado de fora.
    Pena que, ao contrário do que você disse, não é um patrimônio tombado.

  2. @Anônimo – Olha, na época que escrevi esse post tive essa informação dos proprietários. Isso além da baita placa da prefeitura de Curitiba em frente do bar. Mas vou dar uma checada novamente, para ter certeza.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *