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Elvis é inocente, a mídia não

Trilha sonora do post:


Ontem, dia 16 de agosto, se comemorou 30 anos da morte de Elvis Presley. Pessoas se amontoaram para homenagear o ídolo em frente a residência onde faleceu Memphis, muitos até passaram mal devido ao calor. O Rei do Rock morria de colapso cardíaco (pelo menos é o que contam) em plena decadência de sua carreira, já com excesso de peso e dependência de medicamentos. Uma morte solitária para quem sempre foi cercado pelo sucesso.

Várias coisas podem, na verdade, ter matado Elvis. Dentro das especulações, a versão mais séria conta que foi uma overdose de medicamentos que levou ao problema cardíaco. Também dizem que ele não agüentou os primeiros sinais da pós-modernidade e, assim como tudo que é sólido, se desmanchou no ar. É provável inclusive que não tenha morrido… mas isso é outra história.

Vejam bem, o que vou colocar aqui não é uma dúvida a respeito da qualidade musical e do carisma de Elvis, mas sim da relação do ídolo com a mídia. Ele era bom, tinha personalidade, e basta ouvir suas músicas para entender do que estou falando. Já é muito mais do que a maioria dos cantores, músicos, etc., que estão por aí hoje.

No entanto, é mais do que claro, pelo menos para mim, que o “Elvis, The Pélvis” que conhecemos era apenas uma fabricação. Dá para considerá-lo, talvez, como o primeiro ídolo produzido pela mídia, assim como foram tantos outros depois dele até chegar a casos extremos como, por exemplo, os Backstreet Boys.

Notem a mudança drástica. Em plenos anos 50 iniciou a carreira sacudindo a juventude da época e desafiando os conservadores com sua ousadia, tanto na mistura musical como no comportamento. Jaqueta de couro e pose de rebelde anteviam o boom dos anos 60. No entanto, nesta década seguinte a sua estréia, com o mundo ao seu redor pegando fogo (desde hippies até Vietnã) ele decide – ou é levado à – virar bom moço, se alistar no exército e fazer filmes mais do que alienantes em Hollywood. Pode?

Nos anos 70 vem o reconhecimento musical (merecido!) da crítica, com os Prêmios Grammy. Afinal, o que um cara impossibilitado de seguir seu próprio caminho, frustrado, poderia fazer? Se dedicar, com afinco, a única coisa que aparentemente ainda fazia sentido, ou seja, a música. Em 77 sua saúde piora e falece repentinamente.

A meu ver, a frustração era tanta que “Elvis has left the building”. Se pudesse, apostaria que não foi um mal cardíaco que matou Elvis, foi a impossibilidade de ser ele mesmo, e a culpada é a mídia.

2 comentários em “Elvis é inocente, a mídia não”

  1. Mas olha só… Não há de ver que a página inicial do meu Firefox misteriosamente se tornou o “Bar do Celso”!!!
    Você teria alguma explicação para este fato misterioso? Hehehehehe…
    Beijo

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