A maior multinacional de cervejas do mundo, a AB InBev, é brasileira. E está atenta ao mercado nacional e suas mudanças. A Ambev, que é a empresa que atua no Brasil, lançou recentemente alguns investimentos no mercado de cervejas premium, que normalmente é caracterizado por ter produtos com preço 30% maior que o convencional. O reforço da marca Stella Artois e o lançamento da Budweiser são parte disso.
E há motivos. Essa fatia cresceu de 2% para 5% nos últimos 10 anos, contou a gerente de marketing de cervejas premium da Ambev Stella Brant durante o 15º Stella Artrois World Draught Masters (WDM), realizado no dia 26 de outubro em Buenos Aires, na Argentina. Nessa entrevista – realizada juntamente com o repórter do jornal mineiro Hoje em Dia e blogueiro do Prato do Dia, Augusto Franco, e a repórter do portal Terra, Mariana Lanza – Stella Brant fala sobre esses e outros investimentos, como a possível ampliação da família Bohemia, e a relação da Ambev com as cervejarias artesanais.
Stella Brant também falou um pouco antes da entrevista sobre a expectativa de importação de outras cervejas. Há um estudo da empresa para trazer outras marcas do portfólio internacional da empresa. Foram citadas as marcas Belle-Vue (que tem dois rótulos: Kriek e Gueuze) e a família Hoegaarden, que hoje tem no país apenas a Witbier (há também Hoegaarden Verboden Vrucht, Hoegaarden Grand Cru, Hoegaarden Spéciale, Hoegaarden Rosée e Hoegaarden Citron). Pode se notar aí um apreço pelas marcas belgas, cervejas leves e refrescantes. Vamos torcer para que isso se concretize.
Confira a entrevista:
Onde a Stella está e onde quer chegar no Brasil?
A Stella é a marca super premium do Brasil e onde a gente quer conseguir refletir o que a marca é no mundo. Já conseguimos fazer isso, mas para um número ainda pequeno de pessoas que conhece a marca. Então, queremos expandir mais para que ela seja um ícone de sofisticação para muitas pessoas no Brasil.
Foi falado que no Brasil de cada duas pessoas uma conhece a Stella. É isso mesmo? Mas só conhece ou bebeu mesmo?
Fato. A pesquisa existe. Mas a gente não sabe se bebeu ou não porque é declarado. No entanto, as respostas realmente mencionam “Stella Artois”. Isso é uma média do Brasil todo. A gente faz uma pesquisa em muitas cidades que representam o país. Em São Paulo, por exemplo, esse número chega a 80%. E não são só capitais. Há cidades do interior do país, interior de São Paulo e Nordeste. Pessoalmente, não tenho dúvida disso. A gente já vem trabalhando a marca Stella Artois desde 2004. Ela está presente em todo os supermercados, principalmente nas grandes redes, e já levamos para a televisão alguns filmes e comerciais da marca.
Atualmente, quem você diria que é o concorrente da Stella?
É o mercado premium em geral. Agora é a única marca super premium do mercado. É um ícone de sofisticação. Há cerveja para todas as ocasiões, para todos os gostos. Mas Stella é a marca que melhor representa a sofisticação. Então, acho que nesse patamar, as marcas se diferenciam bastante.
Em algumas cidades, existe uma tendência de micro cervejarias. A Stella acha essa concorrência de pequenos produtores boa ou ruim?
Sempre boa. Porque isso melhora o paladar do brasileiro, dá a ele a oportunidade de experimentar novos sabores, ajuda a desenvolver o mercado de cervejas e o de super premium também. Então acho essa concorrência super saudável. Stella Artois é a marca com mais de 600 anos de tradição e história, ingredientes riquíssimos, processo único, um ritual de servir único, então ela tem todas as condições para conseguir se diferenciar e se destacar.
A micro cervejarias desenvolvem ainda mais o mercado de super premium, juntamente com todo esse momento que o Brasil está vivendo, de classes sociais ascendendo e o maior poder aquisitivo. Nos últimos 10 anos, o mercado premium já passou de 2% para 5%. Isso é pequeno no mundo. Então a gente acredita que tem mais espaço para crescer muito mais. Na Argentina, por exemplo, o mercado de premium representa 15%.
De quando para quando?
Nos últimos 10 anos. A gente acredita que essa curva de crescimento vai ser maior, tanto pelo momento do Brasil, quanto pelo maior conhecimento de marcas, pelo paladar se apurando, enfim…
Essa aposta da Ambev nas cervejas premium… Há a possibilidade da Ambev trazer mais cervejas de fora?
O portifólio da AB Inbev é gigante. Há muitas marcas muito interessantes no mundo inteiro. Aos poucos a gente vai trazer isso para o consumidor experimentar, degustar, ter contato com a cultura cervejeira do mundo. Sem dúvida nenhuma, muitas novidades vão vir pela frente.
Um outro foco também seria a revitalização da fábrica da Bohemia. A família Bohemia tende a crescer, então?
Bohemia é a marca que traduz para o consumidor todo o conhecimento cervejeiro do Brasil e do mundo. Hoje a família Bohemia já conta com a Weiss, Escura, Confraria e a Pilsen, e já fizemos versões especiais, como a Swis (com chocolate) e a Oak (envelhecida em barris de carvalho). Com a cervejaria de Petrópolis, que foi a primeira do Brasil, a gente resgata a produção. Refizemos toda a parte industrial, resgatando tudo o que a cervejaria tinha de original lá, e junto a ela vamos abrir um complexo inteiro de entretenimento, para exatamente passar esse conhecimento cervejeiro para o consumidor de uma forma lúdica, única. Uma experiência que vai passar toda essa tradição de um jeito bem contemporâneo, dividindo um pouco da história da cerveja.
Bohemia pode ir para a Europa?
Bohemia hoje é uma cerveja produzida e comercializada no Brasil e acho que esse é um grande privilégio da marca, de ser cultivada com toda a cultura nacional. Ela tem toda uma história, nascida em Petrópolis, produzida para as grandes festas da família real, e hoje eu acho isso muito rico para o Brasil. A gente quer explorar isso ao máximo.
Há também um investimento do marketing de Stella em cinema. Vocês patrocinaram agora a mostra em São Paulo. Como vai funcionar?
Cinema e arte é uma plataforma que a gente investe no Brasil e estamos presentes nos principais museus das cidades do país. Cinema é sempre muito ativado. Cinema é uma plataforma global. A gente patrocina alguns dos maiores eventos do mundo, como Canes e Sundence, e estamos agora pela primeira vez na 15ª Mostra de Cinema Internacional de São Paulo. Com grande orgulho e grande prazer, porque é uma das mostras que melhor representa o cinema mundial, de grande expressão no Brasil. Também estamos há três anos no Festival de Cinema de Gramado e pretendemos expandir bastante essa plataforma. Stella Artois quer estar em tudo que é sofisticado, em tudo que transmite esses valores para o consumidor. Além do cinema, tem a plataforma de esportes sofisticados, como Tênis, Polo, enfim, tudo ligado ao mundo equestre.
* O blogueiros viajou a convite da Ambev.
Confira na coluna Bar do Celso publicada no Bom Gourmet de hoje: Uma atleta do chope, falando sobre a representante brasileira no campeonato mundial de tiradores de chope.
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Sim, só resta a InBev importar as boas, porque as marcas que ela comprou aqui no Brasil, estragou todas. A Antarctica virou água com água com milho e um pouco de álcool. A Brahma virou um gosto de sabugo gelado. A Skol virou aguada. A Bohemia me parece o mesmo gosto da Antarctica (ruim), mas no processo final,deixam “de molho” em lúpulo para pegar um gostinho qualquer. Estamos mal. E pior: pagando caro por cervejas ruim, péssimas de fermentação. E sim, a técnica de subsituir a cevada por milho é
Vi em seu último artigo algo relativo a “família Boehmia”, aprecio muito a Boehmia Weiss, no entando não sei por que a mesma desapareceu das prateleiras já faz alguns meses, o que aconteceu? Onde encontro Boehmia Weiss em Curitiba?
Não acho correto chamar a “nova” Budweiser de cerveja premium, pois, após a mudança de rótulo, mudou também a fórmula. Antes, vinha escrito: água, malte e lúpulo. Agora está: água, malte, cereais não maltados (ou malteados) e lúpulo. Os tais cereais não malteados são milho, arroz, (será que soja???), e sei lá mais o quê, já que a ambev não se preocupa em expor detalhadamente a composição de seus produtos. Hoje, diz-se que as cervejas da ambev tem 45% desse troço, Na Europa, é permitido só 30%.
Concordo com o Luiz. A InBev é tão ordinária quanto seu tamanho! Rodrigo, acho que a Bohemia Weiss desapareceu porque tratava-se de uma péssima referência para o tipo aqui no Brasil (que poderia prejudicar as importações deste tipo), assim como as porcarias Skol, Antarctica, etc. Devido a baixíssima qualidade, jamais terão mercado internacional, inclusive a “família Bohemia”. Não vejo “privilégio” algum nisso. Na verdade, é de se envergonhar dos produtos das grandes cervejarias nacionais…
Stella Artois é ícone de sofisticação não sei aonde. Nos EUA ninguém ouviu falar, na Europa é a “skol” de lá, cerveja barata para quem não se importa muito com o que bebe e acha a cerveja boa é cerveja barata. Aqui tenho que admitir que comparado com as outras porcarias que fabricam é realmente menos pior. Agora dizer que é sinônimo de sofisticação é muito exagero. Até as “premium” mais comuns nacionais como a Eisenbahn, Colorado ou Opa por exemplo dão um banho.
Pois é, Rodrigo…achar uma Bohemia Weiss ou Confraria cá pelas bandas de Curitiba é o mesmo que achar um ganhador da megasena…quase que impossível.
No começo do ano entrei em contanto com o Fale conosco deles, passei até o nome de vários supermercados pra eles verificarem e nada, isso foi por dois meses aproximadamente, a última resposta deles foi que estava normal o abastecimento aqui!
E são boas cervejas pra sair da mesmice das cervejas de massa e não cair no alto preço das “especiais”.
Stella Artois é cerveja super premium? só se for para o mercado brasileiro que engole qualquer coisa, como disse o luiz (comentario as 10:08) a Stella vai vir tropicalizada, ou seja, diminuida na qualidade e extremada no preço. Brasil afora a Stella é uma cerveja comum ou no máximo premium. Assim como nos carros seremos enganados com versões mundiais tropicalizadas. Gostaria de acreditar que sim, ela é super premium.
vejam a Malzbier da Brahma: extremamente doce. Uma mistura de açucar e água fermentada em ‘material nao maltado”. OU seja, no milho. A cor preta é devida ao caramelo. A Skol 360º “nao estufa” só porque é água saborizada (!!!). Não é cerveja. Poderia falar um monte aqui sobre as outras, mas só quero deixar escrito que meu consumo de cerveja diminuiu muito, pois me sinto um idiota bebendo uma mistura de “água fermentada com milho”. Mas o pior ainda é a tal da Crystal: essa chega a feder o hálito.
Esse tipo de reportagem é um desserviço ao apreciadores de cerveja .Não deveria ser veiculada neste blog.
Celso, por favor, volte a falar de cerveja, há dois posts ela está ausente.
Este post é uma mancha negra na história do Bar do Celso…
Pior que a stella daqui é ruim mesmo.
Concordo que esse post foi um desserviço a comunidade cervejeira! Gostaria de ter tido a oportunidade de perguntar a essa gerente da ambev o por que da Stella ser considerado um produto super premium mesmo tendo sua base em cereais não maltados.
Brasileiro não compra qualidade, compra marca, então agora será uma corrida louca nas Tvs, Shows, Cinema, etc…
E viva a ignorância cervejeira!
Na boa, essa cerveja Stella Artois não é ruim, mas ser tratada com status de super premium já é demais da conta né?!!! REalmente estão valorizando a marca porque o conteúdo….
Enquanto isso, eu como consumidor assíduo da cerveja Bohemia continuo indignado porque não consigo mais encontrar a cerveja Bohemia Weiss em lugar nenhum pra comprar.
viva a sua ignorancia então… esse é o mundo que vivemos… o mundo das grandes cervejarias. das marcas… o que é premium aqui é basico na europa, o que é basico aqui é exotico na europa.. esse é o mercado
nossa.. quantos especialistas em cerveja…
engraçado querer implantar o modo europeu de beber cerveja por aqui..
esqueceram que moramos num país tropical.. por exemplo.. gosto da corona. mas perai não dá… prefiro beber uma original num quiosque na praia pegando um sol… isso garanto que nenhuma cerveja premium supera…. cerveja é p ser consumida em bar.. na porta, com amigos, algo diferente disso é frescura e modismos.
não beba marcas..
Dentre os diversos tipos de cerveja existentes no mundo, gostaria de saber se o mercado dispõe de cerveja sem álcool e sem glutem.Sempre fui um cervejeiro, porém por ordem médica não posso tomar nada com álcool e ainda por cima disto descobri que sou céliaco.
Sem álcool sei que existe, assim como, sem glutem.
Mas com as duas restrições numa só cerveja? Existe?
Claudemir, realmente é uma questão difícil de responder. Creio que existam, se muito, uns dois rótulos no mundo de cervejas assim. E nenhum chega no Brasil. Vou pesquisar para te dar uma resposta mais precisa.
prefiro a sttela artois penas 4 ingredientes, hops, barley, yeast and water. Está gravado no copo da Stella Artois aqui na Europa.