A 3ª edição do Mondial de La Bière aconteceu entre os dias 19 e 22 de novembro, no Píer Mauá, no Rio de Janeiro. Foram mais de 800 rótulos de cerca de 500 cervejarias, distribuídos em 3 pavilhões que estiveram cheios durante todos os dias do evento. Estive por lá no primeiro dia, a convite do Grupo Petrópolis, e pude degustar algumas cervejas que agradaram bastante o paladar. Esse ano o destaque ficou com as cervejarias do estado do Rio, que ocupavam grande parte dos stands, e também para as cervejas maturadas em barril.
As Cariocas e fluminenses
A 3 Cariocas, que ganhou medalha de platina na Session Ipa Nema no ano passado, nessa edição levou 6 chopes diferentes. A 061114 é a Belgo-Indian Strong Dark Ale envelhecida em barril whisky, com 10,2% de teor alcoólico. Notas de whisky e madeira formaram uma boa combinação nessa Belgian Imperial Black IPA. O nome da cerveja ficou por conta da data de fundação da cervejaria, que apesar de ter 1 ano de vida surpreende pela qualidade e criatividade.
O pessoal da Hocus Pocus, e seu stand para lá de psicodélico, chamou atenção de todos que passavam. Os destaques ficaram por conta da Coffee Hush, a já conhecida Amber Ale agora maturada com café e a versão da APA Cadabra, a American Pale Ale com adição de cascas de limão tahiti, galego e siciliano. Ambas ficaram bem saborosas.
As cervejas maturadas em barril de madeira estavam presentes em muitos stands, tanto das nacionais como das importadas. Em geral eram estilos fortes e alcoólicos, mas a cervejaria carioca Motim pegou outro caminho da tendência e fez uma Saison com brettanomyces maturada em barril de madeira utilizado para envelhecer vinho do Porto. As notas da madeira e do vinho não brigaram com o estilo delicado da Canudos OAK e deram um sabor surpreendente para a cerveja.
Um dos lançamentos aguardados foi da BeerToon, pareceria do grande mestre cervejeiro Leonardo Botto e o cartunista Ique. Com uma Kombi customizada o stand atraiu muitos curiosos, já que garrafa e líquido formavam uma obra de arte. Consegui provar a Alquimia #1, uma Imperial IPA, com 8,5%, que se mostrou muito equilibrada e fresca. A Delação Premiada fez muito sucesso também, principalmente por conta do nome.
O Penedon Brewpub, de Itatiaia, estava com stand em pareceria com o My Tapp, um equipamento para autoatendimento de chope. Eles levaram 12 rótulos, incluindo a premiada do ano passado, Casa de Pedra, uma Wood Aged Strong Ale maturada em barril de whisky. A Mistura Clássica aproveitou o festival para lançar suas latas de 1 litro e levou toda sua linha, incluindo os recentes lançamentos, a Hop Rio, uma Session IPA, e a Verolme, uma American Wheat.
Premiadas
No segundo dia do Mondial de La Bière foi divulgado o resultado do MBeer Contest Brazil, concurso que acontece dentro do evento apenas com os rótulos disponíveis nos stands. O resultado não surpreendeu muito pois muitas das cervejarias também arremataram medalhas no ano passado. A gaúcha Tupiniquim ficou com a medalha de platina com a Monjolo Barrel Aged Whisky.
Confira as demais:
Medalhas de Ouro
- Smoked Porter – Stone Brewing Co.
- Tupiniquim Lost in Translation – Cervejaria Tupiniquim em colaboração com a Evil Twin Brewing
- Laguna Doro – Juan Coloto – Dry Hop Distribuidora
- Saint Bier Patada – Cervejaria Saint Bier
- Niobium – Wäls
- Blend Tripel Montfort Chardonnay Barrel – Bodebrown
- Beatus – Cervejaria Mistura Clássica
- Dragon´s Milk – New Holland Brewing Company – USA
- Atomga Cherry – Bodebrown
- Penedon Suklaata – Penedon Brew Pub
O Mondial de la Bière no Rio
A organização do Mondia de La Bière esse ano acertou em alguns pontos e deslizou em outros. O Píer Mauá tem um cenário incrível e uma vista privilegiada do mar e da ponte Rio-Niterói. Mas, o acesso foi prejudicado pelas obras que acontecem no entorno por conta das Olimpíadas 2016. O aplicativo lançado pouco antes do evento ajudou bastante na hora de traçar a rota das cervejarias. O ar condicionado dos armazéns também foi destaque, pois não venceu a batalha contra o calor e o jeito foi recorrer a água com frequência. Algumas pessoas se queixaram da temperatura ambiente da água nos pontos de hidratação, o que não chegava a ser um grande incomodo. Os preços das cervejas estavam mais salgados do que o esperado, mas ao que tudo indica não impediu o consumo, nem mesmo das mais caras. Particularmente dispensei as importadas do Petit Pub pelo valor muito alto.
Algumas cervejarias programaram a abertura de certos barris para sexta e sábado, o que deixou muita gente “chupando o dedo”, incluindo eu. É comum que os dias de maior movimento sejam no final de semana, mas dessa vez o primeiro dia também foi lotado. Ponto para o pessoal da Bodebrown que levou 26 rótulos diferentes e separou um barril para cada dia das cervejas mais raras.
Ainda faz a falta a opção de doses menores para degustação. Com 800 rótulos disponíveis, os 200 ml de cerveja das doses eram uma quantidade muito grande para quem queria variedade.
Em contextos gerais acredito que o Mondial de La Bière ainda é reserva obrigatória no calendário dos amantes da cerveja, principalmente para quem não é da cidade. Muitas cervejarias ainda não conseguem distribuir para fora do Rio, então é um excelente local para encontrar todas juntas.
* O BarDoCelso.com viajou a convite do Grupo Petrópolis|