Há algum tempo, antes mesmo da estréia, eu já havia previsto o sucesso do filme “Tropa de Elite”. Disse, na época, que a pirataria de que o longa foi alvo seria até mesmo benéfica em termos de bilheteria. Mas, ao que parece, o diretor José Padilha não concorda comigo.
“Tropa de Elite” chegou, na segunda-feira (12), a 2,1 milhões de espectadores. Com isso, se tornou o filme brasileiro mais visto do ano. Ele superou “A Grande Família – O Filme”, que até então liderava a lista com público de 2 milhões. Quando comentou o assunto, Padilha disse estar feliz com o resultado e levantou a bola: “Não faço idéia de qual seria a bilheteria se não tivéssemos tido problemas com a pirataria, mas de qualquer forma, chegar à liderança já é uma grande vitória”.
Tenho algumas informações conflitantes sobre a renda, mas ela beira os R$ 16 milhões de reais. Será que Padilha reclama de barriga cheia? Segundo estimativa da produtora, a Zazen, cerca de 3 milhões assistiram à versão pirata do longa.
Duas questões podem ser levantadas. A primeira é se o sucesso do filme seria tão grande sem a polêmica que o vazamento da cópia antes da estréia causou. A segunda é: uma coisa exclui a outra? Ouvi pessoas dizendo que, mesmo já tendo assistido o filme antes da estréia, foram ao cinema para conferir na telona. É o ritual do cinema.
Não estou defendendo a pirataria, nem fazendo apologia. Apenas levanto questões sobre o que, acho, será uma discussão importante no terreno do audiovisual daqui para frente. Eu mantenho a mesma opinião de antes. “Tropa de Elite” vai sobreviver à pirataria – e bem, ao que parece –, mas o cinema nacional nunca mais será o mesmo. É bom a indústria cinematográfica começar a pensar numa saída, pois a fonográfica ainda não conseguiu acertar o ponto e está quase falindo.
E o que você acha? A pirataria ajudou a promover o filme, e sem ela a bilheteria não seria a mesma? Ou, pelo contrário, prejudicou a fita, e os resultados seriam bem melhores se a cópia não tivesse vazado antes da estréia? Comente.
Grande Celso, tudo certo?
Passando pelo blog, resolvi fazer um comentário sobre o último post. A questão que você coloca sobre o sucesso do filme é uma daquelas que simplesmente não tem resposta. No entanto, é passível de muita discussão.
E foi interessante você ter relacionado isso com o futuro da indústria do cinema e da música. Claro que a pirataria não é a saída, mas é preciso que algumas alternativas apareçam. Alguma sugestão?
Abraço!
Ver próximo post.