Quem anda de ônibus na capital paranaense está acostumado a um certo silêncio. Curitibanos típicos não são de falar alto em público. No transporte coletivo, então… Há quase que uma espécie de lei não escrita que diz não ser de “bom tom” sons com amplitude maior do que um cochicho. Tudo que foge a regra é normalmente censurado com frios olhares.
No sábado um trio de estudantes universitários, acho eu, parecia não ligar muito para isso. O papo, sobre física, rolava descontraído. Vou reproduzir mais ou menos como lembro, com a licença poética das distorções da memória.
– Dizem que todo o sol tem potencial para virar um buraco negro – diz uma moça.
– Isso pode gerar o fim do universo. Toda a massa seria engolida, depois dessa transformação, até que só sobrem buracos negros – diz o rapaz de jaqueta de couro.
– Acho que no final, todos se somariam até virar uma única e grande massa negra – completa outro rapaz, de boné.
Ela pensa e retruca:
– É uma hipótese. Mas é difícil dizer. A física não explica os buracos negros…
– A física clássica -, alerta o de jaqueta. A moderna já explica, mas só de forma estática.
– Mas a física é uma ciência dinâmica, insiste.
– Sim, mas há muitas coisas que ela não explica.
– Como o quê? -, pergunta o de boné.
– Como cabe tanta gente no Inter 2, por exemplo. Muita massa para pouco espaço, retruca.
– Acho que o Inter 2 vai virar um buraco negro e devorar Curitiba -, diz o de boné.
Confirmado: Especialistas cogitam que fim do mundo pode começar por Curitiba.
A piada é boa, mas o conhecimento físico do grupo é bem ruim.
O Inter II quase transgride a lei da física que 2 corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. =P
fala ae
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