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Cópia restaurada revive “O Homem que Virou Suco”, um clássico do cinema independente nacional

Um clássico do cinema independente nacional entra em cartaz novamente. Trata-se do “O Homem que Virou Suco”, de João Batista de Andrade, que retorna às salas de cinema após 26 anos. Em Curitiba, a reestréia acontece esta semana no Unibanco Artplex, com sessões todos os dias às 17h na sala 5, uma semana após a estréia em São Paulo. A restauração do longa, distribuído pela Raiz Filmes, foi realizada pelo Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro (CPCB) e contou com o patrocínio da Petrobrás.

O filme, que mistura documentário e ficção, estreou em poucas salas de São Paulo em 1981. Quando foi para o exterior, acabou premiado no Festival de Moscou, no Festival de Nevers, na França, e no Festival de Huelva, na Espanha. Na volta, retornou às salas nacionais, com muito mais sucesso.

“O Homem que Virou Suco” conta a história de Deraldo, um retirante, poeta, que chega a São Paulo e sobrevive da venda de seus folhetos de pemas. Ele é confundido com um operário de uma multinacional que mata o patrão. A partir daí Deraldo passa a ser perseguido pela polícia e é obrigado, para se esconder, a trabalhar. Assim, faz a trajetória clássica do migrante na cidade grande. “Eu acho que o tema é atual, porque ainda há um problema de nível social muito grande. O migrante e os negros são os setores mais fracos da sociedade”, explica o diretor João Batista de Andrade, hoje com 67 anos.

Um dos pontos altos do filme foi a inovação estética. O que mais tarde foi chamado de cinema de intervenção se propõe a interferir na realidade, mesmo em documentários. “Era um tabu na época. Posso dizer que fui pioneiro. Acho que só a presença da câmera e da equipe já muda a realidade. O jeito é aprender a usar essa intervenção”, explica Andrade. “Eu trabalhava sempre criando muitas situações. Para mim, a realidade era a reação das pessoas”, completa.

O filme também virou livro. O roteiro, críticas, depoimentos e entrevistas foram organizadas por Ariane Abdallah e Newton Cannito no livro “O Homem que Virou Suco” (editora Imprensa Oficial).

[Matéria publicada originalmente na Gazeta do Povo Online]

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Respostas de 3

  1. Sei que é redundante dizer que é um filme nacional alternativo (na época, todo o filme nacional era alternativo, com exceção das porno-chanchadas), mas vale a pena conferir este. Se chegar a assistir, me conte o que achou.

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