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Maniacs Brewing e a sua loucura por cerveja

Visitar o bar da Maniacs, no Cabral, em Curitiba, é uma experiência muito legal para quem curte cerveja. Logo na entrada você dá de cara com a fábrica que chega a produzir 13 mil litros por mês, os tanques de 500 e 1 mil litros, equipamentos de brasagem e barris de madeira. Os pedidos são feitos no balcão, tanto de comidas de um cardápio diversificado quando dos chopes das 20 torneiras da casa.

Mas quem olha só isso não imagina que essa é apenas a ponta do iceberg. A marca Maniacs Brewing Co. chega a produzir bateladas de 75 mil litros ou mais de forma terceirizada em uma fábrica em Londrina – eles não revelam números nem o faturamento. As cervejas são distribuídas para bares, estabelecimentos comerciais e mercados de grande parte do Paraná, São Paulo capital e logo para muitos outros lugares. Só o carro-chefe, a Maniacs IPA em lata, cresceu 130% no ano passado. Somada todas as embalagens dela, responde por 50% do faturamento da empresa que cresceu 45% em 2019, conta Iron Mendes, sócio-proprietário e diretor da cervejaria.

O sucesso é também resultado de um ótimo posicionamento de marca e preço. A latinha sai entre R$ 5,90 a R$ 6,90 nos supermercados. O objetivo é sempre estar não mais do que 30% acima do preço de marcas Premium, encurtando a diferença gritante no preço das cervejas comuns e artesanais, diz Iron. E como se fosse pouco, a empresa também faz parte da uma Joint Venture com a famosa e consagrada cervejaria americana Brooklyn Brewery para a fabricação em território nacional de alguns dos rótulos da marca novairquina, como Brooklyn Lager e Brooklyn IPA.

História

Mas nem sempre foi assim. E nem sempre o negócio foi fazer cerveja. O curitibano Iron Mendes, hoje com 52 anos, foi da Marinha Mercante e sempre trabalhou com comércio exterior. Quando saiu, após muitos anos de serviço, decidiu montar uma importadora. O primeiro produto foram barris de aço inox para cervejarias. Logo percebeu que poderia importar também cerveja e fundou a Beer Maniacs para distribuir em nível nacional. Na primeira carga, em 2008, vieram marcas como a espanhola Estrella Damm, a inglesa Meantime e a escocesa Harvieston. “Nesse período as cervejas importadas foram muito importantes para o Brasil. Elas ajudaram a criar paladar, padrão e qualidade no mercado nacional”, diz. Anos depois, após muitas negociações, começou a parceria para importação da Brooklyn.

Em 2014 a Beer Maniacs chegou a ter mais de 50 funcionários distribuindo para grande parte do país marcas importadas e nacionais. Mas nesse ano uma nova tributação das cervejas importadas tornou o produto muito caro. Além disso, Wäls e Colorado, duas marcas então distribuídas pela empresa, foram vendidas para a Ambev em 2015. “A gente percebeu nessa época que precisávamos de mais independência porque tudo podia mudar. Então aceleramos os estudos de ter a nossa marca própria de cerveja”, conta Iron.

Em 2016 foi lançada a Maniacs Brewing Co., com muita personalidade e o preço sugerido nos bares de R$ 5,99. “Muitos disseram que era impossível fazer cerveja boa nesse preço. Nós provamos que não. É uma questão de volume, distribuição e capilaridade”, conta Iron. Outras marcas, ainda distribuídas pela empresa, começaram aos poucos a serem passadas pra frente e cada vez mais os negócios foram se concentrando na marca Maniacs.

A Brooklyn

No entanto, na contramão desse movimento, a Brooklyn se tornou uma parceira ainda maior. A cervejaria de Nova York já tinha experiências pelo mundo de produção local, principalmente devido à distância de certos países, como Japão, e a perda de qualidade da cerveja durante a viagem.

A nacionalização da produção da Brooklyn no Brasil teve seu primeiro fruto em 2018, mas tinha sido exaustivamente estudada antes. Todas as experiências foram feitas na fábrica do Cabral até serem aprovadas pelos americanos. Só então passou a ser produzida na mesma fábrica que produz a Maniacs no Norte do Paraná.

“Essa é uma parceria que nos dá muito orgulho. Apesar de importar, a gente não tinha a licença para produzir Brooklyn no Brasil. Nós adequamos a indústria de Londrina, nossos cervejeiros fizeram treinamento em Nova York, realizamos a homologação de todos os fornecedores e hoje a Maniacs é sócia na Brooklyn do Brasil, juntamente com a Brooklyn International”, diz Iron.

As duas cervejas principais, Lager e IPA, já são produzidas no país, tanto em long neck quanto em lata e chope. Outras experiências estão em curso, como a produção da Sorachi Ace em Curitiba e logo será a vez da Defender IPA. Outro projeto que vem ganhando corpo é de fazer no país um dos rótulos mais conceituados da marca: a Brooklyn Black Ops. Trata-se de um Belgian Dark Strong Ale originalmente maturada em barris de Bourbon, mas que no Brasil será feita em barris de Amburana, madeira tipicamente nacional.

Próximos passos

A Maniacs é um case de sucesso, persistência e adaptação. Tão inquieta e criativa quanto a mente do próprio Iron. “Tenho 52 anos e nem penso em parar. Me sinto como um garoto de 25. Vivo disso e penso nisso a todo o momento. Nem sempre em cerveja, algumas vezes em custos, impostos, clientes, etc. Tento sempre criar, desenvolver, estimular a equipe, e fazer de ideias que parecem impossíveis, possíveis. Afinal, se podemos fazer diferente, porque fazer igual a todo mundo?”, diz. Iron também divide os créditos com toda a equipe da Maniacs, cervejeiros, comercial, marketing e etc.

Além das novidades da Brooklyn, as cervejas Craft Lager e Witbier vem crescendo em vendas assim como a Linha Rebelion, de cervejas mais intensas e complexas feitas na fábrica de Curitiba. Para o futuro, Iron quer fortalecer a presença da Maniacs e já tem um novo projeto de franquias da Maniacs Beer Station. “O projeto foi concebido para ser um contêiner num posto de gasolina que serve cervejas para levar pra casa. Fizemos experiências no Canpagnar, em Curitiba, e no último verão em Bombas, em Santa Catarina. Ainda estamos estruturando a operação de franquia já que não somos donos de bar, mas donos de cervejaria”, diz Iron.

“No final, a gente quer que a Maniacs seja uma boa cerveja, uma boa opção para os consumidores. Quando ele começar a pensar em tomar uma cerveja com mais personalidade, diferente das outras, que ele pense na Maniacs”, completa.

Experimente

Maniacs IPA
4,7%
Session IPA
355 ml – R$ 6,99

41 Pils
5,7%
Bohemian Pilsener
1 litro – R$ 25

Saison Classique
6,2%
Belgian Saison
355 ml – R$ 14,90

*Os preços são aproximados segundo indicações das importadoras, distribuidoras e fabricantes. Beba com moderação.

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