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Projeto Brasii: chef Allan Cunha apresenta projeto que produzirá cervejas a partir do prato

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Na última terça-feira o BarDoCelso.com participou de um almoço promovido pelo chef Allan Cunha que inicia na prática o Projeto Brasii. Com uma abordagem inovadora, o projeto partirá da desconstrução e estudo de receitas típicas de cada país para chegar na fabricação de uma cerveja em busca da harmonização perfeita. Em parceria com a Morada Cia Etílica e a Bastards será produzida a primeira cerveja que chega para harmonizar com a moqueca baiana.

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Brasii (significa malte, em latim) conta com a parceria de grandes profissionais da área cervejeira e da gastronomia. Nessa primeira etapa fazem parte André Junqueira e Fernanda Lazzari, da Morada Cia Etílica, Chef Diego Mello, professor do curso de gastronomia da Universidade Positivo, Chef Paulinho da Costa, curador da receita da moqueca, Marcelo Braga, proprietário da Bio4. Compõe a equipe Fábia Malburg e Diego Martins – Branding e Design da Brasii e Alexandre e Gisele Gallas – Coordenador e Gerente de Projetos da Brasii. Nessa análise sensorial a Bio4 apresentou 3 leveduras diferentes fermentadas em uma mesma base para que se pudessem identificar as características de cada uma. O estilo escolhido para essa primeira harmonização foi o Saison, que também foi degustado junto da moqueca. “O objetivo foi discutir os princípios da harmonização proposta e assim embasar uma sólida apresentação desta edição do projeto ao público, com as diretrizes da boa cerveja e da boa mesa de maneira didática e lógica. Assim, tirando o ludismo que paira sobre a cerveja quando combinada com a comida, então, o mote do Projeto Brasii”, explicou Allan Cunha.

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A primeira cerveja tem previsão de chegada no mercado no início de novembro. Serão produzidos 2 mil litros dessa Saison para o primeiro e único lote. No rótulo você encontrará a receita da cerveja e da moqueca. Em parceria com o Hop´n roll, em Curitiba, também será feita uma festa desse lançamento no dia 15 de novembro. Allan ressaltou que esse projeto tem como maior objetivo promover a educação cervejeira no Brasil. “É um projeto que não visa lucro em si, queremos promover a educação cervejeira em primeiro lugar.”,afirma.

O Projeto Brasii

A vontade de desenvolver alguma coisa relacionada a harmonização de cervejas e pratos é antiga para Cunha. Como consultor na área de gastronomia e cerveja, sua profissão possibilitou o contato com várias culturas em diversos países. Em uma visita ao famoso restaurante francês Troisgos, Allan perguntou sobre a possibilidade de uma carta de cervejas e recebeu uma resposta negativa, pois a bebida não teria sofisticação suficiente para acompanhar pratos tão elaborados.

Essa negativa trouxe aquela indignação inquietante, e mais tarde fez Allan tirar essa vontade da gaveta e começar a colocar no papel. “Eu percebia durantes minhas palestras e cursos que as pessoas destravavam a maneira de pensar, mas ainda precisavam de mais”. Trabalhando como consultor em outros países, foi com um cliente da Nova Zelândia que surgiu a ideia de realmente produzir as cervejas a partir a dos pratos. “Foi lá que me deu o clique e falei: vamos fazer uma cerveja destinada para o prato. Pegar o prato, estudá-lo e depois fazer uma receita para a cerveja a partir daí. E assim o projeto nasceu”. Desde então ele tem feito contatos pelo mundo todo, na Alemanha, na França, na Argentina, nos Estados Unidos e na Nova Zelândia.


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E com esse espírito independente que Allan optou por reunir vários profissionais para a fabricação da cerveja ao invés de optar por uma única empresa. A primeira será feita na cervejaria Barstards com receita de André Junqueira, da Morada, e os fermentos da Bio4. A próxima será feita nos Estados Unidos e o prato base será o famoso frango frito americano.

Todas essas produções são para trazer fôlego financeiro para o livro sobre harmonizações que leva o mesmo nome do projeto. Ainda sem data para lançamento, pois nele também estarão algumas cervejas e receitas produzidas pelas parcerias do Projeto  Brasii. “A intenção é mostrar para as pessoas que a cerveja pode ser colocada como o vinho para a alta gastronomia. Quando você tem a cerveja com o nome prato, você instiga a pessoa a provar aquela combinação e debater sobre ela”, ressalta Allan. Para ele, o crescimento do mercado de cervejas artesanais deve passar pela gastronomia, mas para chegarmos lá ainda precisamos investir bastante na educação cervejeira.

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