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Conduta de Risco: um bom filme, um péssimo título

Feliz Ano Novo, com muita saúde, paz e boteco! Esse é o primeiro post de 2008. Espero que tenham bebido bem o período de festas, afinal o que seria de todas essas comemorações sem os abençoados espumantes, lambruscos e companhia? Deixarei as resoluções de Ano Novo para outro post, e vou direto para o tema mais discutido nesta mesa de bar em seu primeiro ano de existência: cinema. E nesse caso específico o filme Conduta de Risco.

Fui à minha primeira sessão de cinema do ano nesta quinta-feira (3) e vi o filme Conduta de Risco, dirigido por Tony Gilroy e com uma boa atuação de George Clooney. O discreto longa-metragem, que apesar de levar três Globos de Outro (Melhor Ator, Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Atriz Coadjuvante) não foi muito badalado por aqui, segue na linha dos filmes de Clooney. Conspirações, tramas e roteiro inteligente. Gosto do tom, apesar de parecer meio politicamente correto demais em alguns momentos.

Sinopse Conduta de Risco

O título original da fita é o nome do protagonista: Michael Clayton. Em português ficou parecendo filme da Sessão da Tarde, daqueles bem ao estilo Jean-Claude Van Dame. Enfim…

Clayton é um advogado de uma das maiores firmas de Nova York, a “Kenner, Bach & Ledeen”. Apesar de trabalhar nela há muitos anos, ele nunca conseguiu subir na carreira como queria e está endividado por uma série de fatores. Quando um outro advogado da firma, Arthur Evans (Tom Wilkinson), decide fazer um “pequeno escândalo” na causa da empresa de químicos para plantio U/North contra um grupo de agricultores de uma pequena cidade, e defender o outro lado, Clayton é escalado para limpar a sujeira juridicamente. No entanto, outra pessoa decide fazer a faxina, queimando arquivo. Logo a trama se mostra mais profunda que simples papeis e pastas.

Não sei exatamente o que me encantou no filme a ponto de simpatizar com ele. É um longa simples, mas muito bem pensado. A comparação dos advogados com faxineiros, ao limparem a sujeiras dos seus clientes, foi uma ótima sacada. Outro ponto interessante é que Clayton lembra muito o Mandrake, personagem de Rubem Fonseca que ganhou corpo na interpretação de Marcos Palmeira na série de TV homônima do canal HBO — a primeira brasileira num canal internacional. Tá bom, não é tão parecido, mas que lembra, lembra. Enfim, vale a pena ver.

Engraçado é notar outro paradoxo. Filmes inteligentes de Hollywood não são muito badalados pelo público. Outro filme interessante que lembro agora, na mesma linha, é o “O Bom Pastor”, dirigido por Robert De Niro, que igualmente recebeu pouco destaque nas terras tupiniquins, mas é muito bom. Entranho. Muitos clamam por mudanças no padrão do cinema americano, mas quando acontece, por menores que sejam, não surtem efeito. Será que o público só quer mesmo explosões e adrenalina? Será a vitória do cinema sensorial sobre o cerebral?

Meus melhores votos para 2008.

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